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O JORNAL                           
JORNAL DO COMMERCIO 

Novembro/1970 Marco do OFFSET

 



NORMAS 
DE 
REDAÇÃO


As seguintes normas gerais de redação, a serem observadas pelos repórteres e redatores 
de O JORNAL e do JORNAL DO COMMERCIO, não são propriamente criação da equipe que 
as preparou. Elas refletem os conceitos mais modernos de jornalismo e sintetizam o que 
encontramos de melhor em diversos manuais já publicados, tudo adaptado às 
características de nossos jornais. São dinâmicas e comportam retificações e 
aperfeiçoamentos que a prática vier a aconselhar.

 
O LEAD


Entende-se que o lead- oscilando entre três e cinco linhas datilografadas de 72 batidas - tem a 
função de despertar interesse pela reportagem, abordando-a, sintética e adequadamente, a fim de 
criar ambiente psicológico. O que deve figurar neleé, portanto, em princípio, o seu elemento de 
maior força de apelo: o seu aspecto mais importanteou o mais novo. Só aventualmente esse 
elemento inclui respostas às clássicas perguntas do leadtradicional: o que? quem? como? 
quando? onde? e por que? 


A idéia do sub-lead está superada. Um segundo parágrafo, eventualmente, servirá de suporte à 
idéia desenvolvida no primeiro. Mas não é essencial. Poderá ser apenas uma conveniência 
gráfica. 


Evite começar o leadpor declaração ou citação textual, a não ser que sejam de tal importância 
que possam estar destinadas a passar à história. 
Nos casos em que surgem informação e informante, a informação virá sempre primeiro, exceto 
quando a importância da informação possa ser avaliada pela do informante. 


Evite começar o leadpela forma gerundial ou pelas palavras paraou porque. 


Nas menções de cargo, este sempre precede o nome dotitular, salvo quando, pela natureza da 
informação, o cargo apareça apenas como elemento subsidiário. 


REDAÇÃO PARA JORNAL 

 

Ao redigir para jornal, leve em conta as características do leitor moderno: 


a) em geral, lê apressadamente, em meio a solicitações diversas ou cercado de distrações, 
especialmente a TV; 


b) na maioria das vezes, o tempo que dedica à leitura é tomado ao tempo que deveria 
ocupar em outras atividades; 


c) ele é produto da educação em massa, e 


d) em número crescente, é cada vez mais informado esofisticado. 


Essas características determinam, para o repórter, a necessidade de observar algumas normas 
básicas: 


1) Impõe-se despertar interesse e sustentá-lo de forma que não arrefeça. Isso é feito pela 
distribuição proporcionada, dentro do corpo da matéria, dos pontos de maior interesse, de modo a 
alternar aspectos essenciais e aspectos secundários. 


2) O estilo deve ser fluente e acessível. Sempre que possível, reduza as expressões a uma só 
palavra (Ex.: começouem lugar de teve inicio). Elimine todas as palavras dispensáveis. 
Empregue sempre a ordem direta. Evite os chavões. 


3) O texto deve ser lógico e ponderado, sem nenhumaincoerência nem contradição. 


4) Não se esqueça o repórter de que ele não é um pensadornem um crítico; no máximo, é um 
veiculo inteligente do pensamento e da crítica. 


5) Escolha o repórter o melhor método pata desenvolver a reportagem e mantenha-se nele até o 
fim. 


6) Empregue, em princípio, a terceira pessoa, reservando a primeira pessoa para as 
reportagens ultradramáticas. 


7) Use citações diretas quando convier da ênfase à história. As declarações entre 
aspas devem ter sempre um cunho de autenticidade. As transcrições de falas devem reproduzir o 
tom que uma pessoa emprega para falar, e não aqueleque usa para discursos. 


FUNDAMENTOS PARA ORGANIZAÇÃO 


É essencial organizar as próprias idéias antes de organizar uma reportagem. Para uma boa 
organização, lembre-se sempre dos seguintes pontos:


1) O lead tem a função de despertar interesse pela reportagem. 


2) A TV se antecipa ao jornal, informando, em média, 12 horas antes. O lead apresentará sempre 
algo que o distinga da conceituação factual clássica. 


3) Dentro da estrutura da reportagem, os fatos progredirão logicamente, em ordem natural, e não 
confusamente. 


4) Não se deixa nunca perguntas sem respostas (Ex.:"O segundo melhor time de futebol..." Qual 
é o primeiro?). 


5) A relação de causa e efeito deverá ser sempre evidente. 


6) O necessário backgroundnão pode ser fragmentado através da reportagem, mas, sim, deve 
emergir logo que o leitor solicite. 


7) Pessoas cuja identidade possa escapar ao leitor devem ser reidentificadas quando 
reintroduzidas. 


8) Toda informação supérflua deve ser eliminada, ainda que seja boa. Existem alguns tipos de 
organização mais comuns: 


1) A pirâmide invertida - Organização segundo a ordem decrescente de importância dos 
dados. 


2) A cronológica - Depois do registrado no lead- o acontecimento considerado de maior 
importância, obedece-se - no corpo da matéria - à ordem cronológica dos fatos. 


3) Clímax e remate incisivos, com liberdade de organização espontânea no corpo da 
matéria. 


TESTE DE BOA ORGANIZAÇÃO 


Uma organização de matéria jornalística será considerada boa quando o leitor puder lê-la, do 
princípio ao fim, sem perder o fio da notícia e ver-se obrigado a reler alguns trechos, por pequenos 
que sejam. 


ALGUMAS RECOMENDAÇÕES 


Limite cada período: ele deve corresponder a uma única idéia, que poderá ser concisa e 
logicamente desdobrada. Existem sistemas que limitam o número de palavras numa frase 
jornalística. Não os recomendamos, pois não são necessários, mas é preciso ter consciência 
sempre do tamanho de cada período. A obediência a esta norma oferece as seguintes vantagens: 


1) Os conceitos podem ser expressos de maneira assimilável, tornando mais fácil e compreensiva 
a leitura do texto. 


2) O período não sofre limitação artificial,contudo os resultados são idênticos aos obtidos 
com a aplicação do sistema de contagem de palavras. 


3) A prosa flui naturalmente. 


As mais freqüentes causas de violação desta norma são: 


a) Emprego de adjetivos desnecessários; 


b) Identificações longas; 


c) Utilização da ordem indireta; 


d) Falha na enumeração ou agrupamento de tatos de importância equivalente, que só pode ser 
compensada com o uso de dispositivos tipográficos, a fim de realçar grupos ou séries. 


Impõe-se remover os menores obstáculos que porventura se anteponham à compreensão 
imediata do leitor. Exemplos: 


a) Termos obscuros, que se prendam a de terminada especialidade. Deve-se convertê-los à 
linguagem corrente; 


b) Palavras inusitadas: evitá-las. Se for necessário usar um termo insólito para expressar um 
sentido preciso, verifique se tal sentido se depreende da leitura do texto - caso contrário, merece 
uma explicação - ou se o seu emprego não é essencial à compreensão imediata do leitor - neste 
caso, suprimí-lo. 


c) Palavras e frases estrangeiras: usar o equivalente no vernáculo ou, se não houver - como 
sucede com algumas expressões jurídicas em latim ouneologismos ingleses - certifique-se se o 
seu significado é realmente conhecido ou se carece de esclarecimento; 


c) Gramática incorreta: escreva corretamente, mas sem preciosismos; 


e) Pontuação incorreta; 


f) Emprego incorreto e impreciso das palavras: usara palavra exata sem preciosismo. Evite 
redundâncias. 


g) O jornalista relaxado. 


Ninguém procure, através do estilo, chamar atenção para sua pessoa. Por isto, não faça matérias 
que tenham: 


1.°) Afetação; 


2.°) Rebuscamento; 


3.°) Prolixidade; 


4.°) Lugar-comum. Se você suspeitar que se trata de um clichê, é provável que sua suspeita se 
confirme. 


CULTURA E IDENTIFICAÇÃO 


Pratique o repórter a arte de estimular a cultura do leitor, pedagogicamente e sem exibicionismo. 
Para isto: 


a) Evoque impressões visuais, sons, odores, gostos,sabores e sensações no espírito do leitor. 


b) Use detalhes específicos sempre que possível . 


c) Permita aos personagens revelar sua personalidade e aparência através dos seus atos, (Ex.: 
"Ele descansou o cachimbo na mesa" é mais vivo do que dizer "Ele fuma cachimbo"). 


Ajude o leitor a identificar-se com a ação. 


- utilizando símiles e metáforas em termos familiares. 


- usando vocabulário adequado ao assunto. 


- e lembre-se que, em situações dramáticas e na manifestação de sentimentos genuínos, a 
simplicidade é sempre mais expressiva. 


OBSERVAÇÕES GERAIS 


Afirma-se, e parece verdadeiro, que nenhum jornal bem escrito está decadente. Mas a boa 
composição só floresce no clima de um bom jornal - onde há integridade, espírito empreendedor e 
receptividade. 


A boa redação deve ser estimulada sutilmente. 


Só pode ser jornalista quem tenha inclinação para aarte de escrever - que sempre pode ser 
aperfeiçoada. 


NORMAS DE REDAÇÃO ESPECÍFICAS DE OJ E DO JC 


Tratamento- Todas as pessoas receberão o tratamento de sr.,sra. e srta., grafados com inicial 
em caixa baixa, no singular ou no plural (srs., sras., srtas.,). Excetuam-se, quando no noticiário 
policial, os criminosos e pessoas de reputação duvidosa; no noticiário geral, as grandes 
personalidade de fama internacional (Ex.: Einstein e não o sr. Einstein). 


O tratamento de doutor (abreviadamente, dr.) é reservado exclusivamente a quem tenha 
defendido tese de Doutorado e aos médicos, na reprodução de linguagem coloquial. Escrever 
sempre: o advogado Fulano, o Delegado Fulano, o Juiz Fulano, o Engenheiro Fulano, o médico 
Fulano, etc. 


Senadores e deputados federais, quando citados pelaprimeira vez, levarão, após o nome, a 
indicação de partido e Estado, entre parênteses. Osdeputados estaduais e vereadores municipais 
levarão apenas a indicação de partido, entre parênteses, após o nome. 


Todos os cargos, chefias, direções etc. serão grafados com inicial em caixa alta, quando 
precedidos de artigo definido, claro ou oculto, e no singular; em caixa baixa, quando precedidos 
de artigo indefinido, claro ou oculto, ou, em qualquer caso, quando estiverem no plural. Ex.: o 
Presidente Garrastazu Medici, o Engenheiro-Chefe João Epaminondas; o Ministro Jarbas 
Passarinho; o Delegado de Polícia Marco Pólo. Não se admitem abreviações em tais casos. Os 
postos de carreira são grafados com inicial em caixa baixa (Ex.: O embaixador João Eustáquio foi 
nomeado Secretário-Geral do Itamarati"). Mas, em caixa alta quando título (Ex.: "O Embaixador 
Vanderlei Cardoso foi chamado pelo Quay d'Orsay a fim de..."). 


Nota: Soldado não é posto de carreira, é designaçãogeral aos militares; policial, idem; portanto, 
são grafados com inicial em caixa baixa. 


Nomes. Os nomes próprios, de pessoas brasileiras, respeitarão as regras ortográficas vigentes; 
os estrangeiros, guardarão a forma original Ex.: Artur, e não Arthur; Nanei, e não Nancy; sr. John 
Hayes, e não João Hayes. 


Os nomes de firmas, marcas, instituições, repartições, ministérios etc. serão grafados segundo as 
regras ortográficas vigentes e com as iniciais em caixa alta. Só na publicidade paga se respeitará 
a grafia original de nome das firmas e marcas comerciais. (Ex.: Associação Brasileira de 
Imprensa, Ministério da Indústria e Comércio, BancoNacional de Desenvolvimento etc.). 


Os apelidos serão colocados em grifo ou negrito, devendo o redator, para tanto, sublinhá-los. (Ex.: 
João da Silva, o Mãozinha; Carlos Prata, o Vaca Atoladaetc.). 


Estrangeirismos. Palavras estrangeiras serão grifadas. Só as citações e declarações textuais 
irão entre aspas. (Ex.: É preciso construir o necessário backgroundetc.; "Não permitirei a saída", 
afirmou categoricamente o pastor). Excetuam-se as palavras estrangeiras já incorporadas 
oficialmente ao vocabulário brasileiro, ou consagradas pelo uso. (Exs.: quorum, pênalti, biquíni, 
habeas corpus etc.). As palavras híbridas são igualmente grifadas: water polo. NOTA: Evite o 
repórter a mistura de tratamento de pessoas do verbo ao usar fragmentos de citações textuais 
entre aspas. Exs.: errado - O professor afirmou queele e três alunas estiveram à noite no 
auditório "mas não demoramos mais de dois minutos" para verificar etc. O que pode ser feito, se o 
trecho impuser o uso de aspas, é escrever:... afirmou que ele e três alunas estiveram à noite no 
auditório. "Mas não demoramos - disse - mais de dois minutos" etc. 


Siglas. Sempre que citadas pela primeira vez no texto, serão traduzidas em seguida a um 
travessão. (Ex.: A CHEVAP -- Companhia HidrelétricaVale do Paraíba. . .). Excetuam-se certas 
siglas que ganharam personalidade como palavras: Petrobrás, Cedag, Ipase, Sudene, Varig. 
As siglas serão sempre grafadas em caixa alta e sempontos entre as letras que a compõem: 
INPS, CONTEC etc. Excetuam-se igualmente, como no caso anterior, as que se constituíram em 
palavras com personalidade própria por demais conhecida: Sudene, Petrobrás, Cobal etc. 


Quando citado, em texto ou em título, O JORNAL serásempre grafado em caixa alta 
abreviadamente, OJ. O mesmo ocorrerá com o JORNAL DO COMMERCIO- abreviadamente, JC. 


Números. Até nove os números serão escritos usualmente porextenso. Dez, cem, mil, milhão, 
etc., por extenso ou em algarismos, dependendo da situação dentro do texto. Os demais números 
serão escritos em algarismos arábicos, aceitando-seas formas 1,1 milhão; 35,7 milhões etc. O 
número onze poderá também ser escrito por extenso. 


Hora. Hora grafa-se com h e minuto com m. Escreva-se 13h 50m. As horas certas podem ser 
escritas por extenso: 14 horas. 


Ordinais. Os ordinais, no correr do texto, serão grafados por extenso, exceto quando se referem a 
artigos de lei, parágrafos etc. (Exs.: Os que vierem em primeiro lugar...; O assunto está 
esclarecido no artigo 1.°; Diz o parágrafo 2.° da l ei. .. etc.). 


Moeda. As quantias em moeda nacional grafam-se do modo mais simplificado possível. Exs.: Cr$ 
1,00; Cr$ 1 mil; Cr$ 435 milhões e 200 mil; Cr$ 25.406,65. Conforme o tipo de reportagem, as 
pequenas quantias podem ser grafadas por extenso. Ex.: Ó pobre homem não tinha nem os dois 
cruzeiros exigidos para entrar... etc. 


Abreviaturas. Não se utilizem abreviaturas nos casos de profissões, chefias, medidas, dias, 
postos de comando etc. (Exs.: professor Cunha Filho; o médico João Guedes; 3 quilos; 5 
quilômetros; cem metros quadrados; quinta-feira). 


Gírias. As palavras de gíria que já se integram ao idiomaserão usadas sem grifo nem aspas. 
(Exs.: O papo entre os dois ia longe. . . etc.; Convidou-me para uma pelada na praia. . .). Evite-se, 
porém, o uso demasiado da gíria. 


Apóstrofe. O apóstrofe será utilizado somente nas formas populares, nos versos, na supressão 
de letras e em palavras compostas. (Exs.: caixa d'água; esp'rança; pau-d'arco etc.). 


Hífen. O emprego do hífen é restrito ao indicado pelo Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua 
Portuguesa e o Novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. (Exs.: ponto-de-vista; casa-de-saúde; operação-limpeza; pau-d'água etc.). Usa-se travessão, e não hífen, indicando ligações 
rodoviárias ou ferroviárias entre duas localidades.(Exs.: a rodovia Belém-Brasília; a estrada Rio-São Paulo etc.). 


Lugares comuns. Evite os lugares-comuns. As exceções são admitidas nos casos que a 
necessidade ditar, valorizando-se, então, tais expressões. 


Declarações textuais. Todas as declarações textuais, no corpo da matéria, serão grafadas entre 
aspas. Em início de parágrafo, serão abertas com travessão. (Ex.: - Não volto mais a Brasília - 
declarou o sr. Chico Pinto. - Prefiro ganhar menos no Rio... etc.). 


Títulos. Apenas siglas muito conhecidas são admitidas em títulos. Parênteses, só em casos 
excepcionais, em acordo com o Editor. Evite igualmente os dois pontos e os números por extenso, 
salvo no início do título. Todo título deve conter um verbo conjugado, de preferência na voz ativa. 
Evite também, no título, a expressão diz que ou disse que. 


Caixa alta e caixa baixa. Grafam-se com iniciais em caixa baixa: a) preposições, conjunções, 
artigos e pronomes átonos. (Ex.: Aliança para o Progresso); b) festas pagas (Exs.: carnaval, 
entrudo etc.). Grafam-se com iniciais em caixa alta: a) nomes de obras, jornais, revistas, temas de 
conferências etc., grifados. (Exs.: A Mão e a Luva; revista Life; As Fúrias; Seis Personagens 
em Busca de um Autor; Jornal do Brasil etc.); b) as palavras Gabinete (conjunto de ministérios), 
Partido (organização política) e Governo (conjunto de ministérios); c) os podêres Legislativos, 
Executivo e Judiciários; d) Imprensa, Estado, União, Município, Prefeitura, Câmara de 
Vereadores, Câmara de Deputados, Senado e CongressoNacional; e) as festas nacionais e 
mundiais, civis e religiosas. (Exs.: Dia de N. S. dos Navegantes, Dia do Trabalho, Dia da Pátria 
etc.); f) os nomes de foguetes espaciais, de provasdesportivas, de medalhas, de concursos, de 
prêmios literários, científicos e artísticos, os títulos honoríficos. 


Apresentação. As matérias serão escritas em papel gabaritado deOJ e JC, com espaço 3 e com 
72 batidas em cada linha. 


Numere no alto, cada folha. Comece a matéria no meio da primeira folha. 


Toda matéria com mais de 20 linhas deve ser dividida por entretítulos de duas ou três palavras 
curtas, em caixa alta. 


O repórter colocará sempre, no lugar conveniente, oseu nome e a data em que redigiu a matéria. 
O redator de copydesk acrescentará o seu nome no lugar indicado, mesmo que apenas tenha 
penteado a matéria. Cabe ainda ao repórter assinalar o assunto a que se refere a matéria, no local 
adequado (indicado OBSERVAÇÕES), independentemente do título. Este, além de citado no alto 
das laudas, deverá ser escrito em folha à parte, emque constarão todas as outras informações 
necessárias à identificação do repórter e da matéria. 


LEMBRE SE


A parte opinativa do jornal fica reservada aos editoriais e colunistas. O repórter informa, citando 
sempre a fonte. 


Quando escrever, pense no leitor. 


Escreva com naturalidade a notícia: procure boa gramática, afaste-se da afetação e do 
rebuscamento. O estilo do repórter é o do jornal. Estilo pessoal têm os editorialistas e os 
colunistas. 


Nunca duas palavras, se basta uma. 


Evite superlativos absolutos, exagero. 


Não faça gastar tempo e dinheiro com originais mal escritos, mal revistos, desordenados. Leia 
sempre o que escreveu, antes de entregar a matéria.


Não hesite em dar às outras seções notícias interessantes. 


Freqüente dicionários, enciclopédias e outras fontes de referências. O catálogo de telefones é 
uma das melhores. 


Um bom livro de telefones ajuda muito. Classifique os seus informantes por assunto. 


O telefone é bom, mas o contato pessoal é muito melhor. 


Chame de mulher do sr. Fulano a mulher do sr. Fulano e não de esposa. Mãe é mãe e não 
genitora. Avó é avó e não progenitora. Quem volta não regressa. Doença não é enfermidade. 
Hospital não é nosocômio. Abraço não é amplexo. Deitado de costas não é decúbito dorsal. 
Deitado de frente não é decúbito ventral. Dar parabéns não é parabenizar. História não é estória. 


Por outro lado, nunca. 


Via de regra, nunca. 


E MAIS: 


1 - Use frases curtas. Sempre que possível na ordemdireta. 


2 - Empregue palavras simples. 


3 - O parágrafo é um recurso tipográfico. 


4 - Não use: 
a) adiantou 
b) continuando, disse 
c) mais adiante 
d) concluindo, afirmou 
e) segundo informou 
f) acrescentou 


5 - O "ontem" envelhece a notícia. 


6 - Não use adjetivos desnecessariamente. 


7 - Cuidado com a vígula (não separe o sujeito do verbo). 


8 - Não empregar "o mesmo" no lugar do pronome ou do sujeito. Nunca "segundo informou o 
mesmo" ou "disse que o mesmo estava". 


9 - Cuidado com os nomes próprios e estrangeiros. Agrafia deve ser aportuguesada. 


10 - Em dúvida, consulte o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa ou o Pequeno 
Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. 

§§§


Obs.: Na transcrição , foram mantidos rigorosamente os erros gramaticais e gráficos originais, bem como o estilo de formatação (o manual tem formato “livreto”), conforme gravuras abaixo:


 

 

 

Veja também  >>>  Manual de Redação do Diário Carioca

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